Uma das responsabilidades do planejador financeiro é analisar ativos sugeridos e escolhidos por seus clientes e verificar se estes fazem sentido na composição da carteira. Além disso, surge a importância de analisar os riscos inerentes e de alocações de acordo com os objetivos do cliente.
E é sobre essa análise de riscos que será abordada no artigo de hoje.
Há pouco tempo atrás, o Bacen solicitou a liquidação extrajudicial das financeiras BRK e Portocred, o que movimentou as redes sociais e o mercado financeiro.
E mais do que nunca, seria uma boa hora para conversar a respeito desses assuntos quentíssimos!
Na prática:
Na renda fixa, ao adquirir um CDB, você estará emprestando seu dinheiro para um Banco.
O banco emite títulos de dívidas, usa o dinheiro captado para fazer o seu negócio girar, emprestando esse recurso para outros clientes. Em troca, o investidor que faz esse empréstimo ao banco recebe uma taxa de juros que pode seguir algum índice ou ter uma taxa pré-fixada.
Algo interessante a se analisar à primeira vista é a taxa de juros que a instituição está oferecendo em troca do seu dinheiro!
Geralmente as taxas oferecidas pelas instituições seguem um padrão de porcentagem muito próximas.
Trazendo este caso da BRK e Portocred, os clientes que possuem valores até o montante de R$250.000 poderão contar com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Sem mais delongas, vamos detalhar o que você deve analisar antes de realizar um investimento!
Um sinal de alerta é quando uma instituição está oferecendo uma taxa bem atrativa (acima do que as demais estão oferecendo). É o que chamamos de relação risco X retorno.
Por que você emprestaria o seu dinheiro para uma empresa que não está com a saúde financeira tão boa, a uma taxa semelhante à uma empresa sólida? Não faz sentido, não é mesmo?
Então para conseguir “competir” e captar recursos, essas empresas precisam dar um retorno maior para o investidor. Sendo assim, irão oferecer uma taxa de juros mais atrativa.
Da outra ponta, você como investidor precisa analisar quão vantajoso e arriscado vai ser esse investimento.
Para isso existem 2 índices que podem e devem ser levados em consideração já que eles indicam de maneira mais “simples” sobre a saúde financeira da empresa. São eles: Rating e Índice De Basiléia.
As agências de classificação de crédito fazem a análise e atribuem notas às instituições financeiras, classificando-as de AAA a D no Rating. Essa classificação se refere à capacidade financeira das instituições de honrar seus compromissos e evitar riscos de calote, ou seja, o Risco de Crédito.
Quanto maior a nota (AAA) maior a capacidade e probabilidade da empresa honrar seus compromissos, e quanto menor (D), o risco de crédito se torna eminente, pois quer dizer que a saúde financeira da empresa está comprometida.
Outra opção é pesquisar diretamente no site dessas agências classificadoras. As mais renomadas e conhecidas do mundo são: Moody’s, Standard & Poor’s (S&P) e Fitch Ratings.
Outro índice pouco falado e também muito importante para essa análise é o Índice de Basiléia.
Banco Data. “O índice de Basiléia é a relação entre o capital próprio de uma instituição financeira e o capital de terceiros (captações) que serão expostos a riscos através da carteira de crédito é determinante para avaliar a solidez do banco. O Índice de Basiléia é um indicador importante nesse sentido. Por exemplo, um banco com Índice de Basiléia de 20% possui patrimônio de R$ 20 para cada R$ 100 emprestados. O índice mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil é de 11%.” Banco Data Relatório, https://bancodata.com.br/relatorio/bb/. Acessado em 16 Fev. 2022.
Também há uma explicação bem interessante sobre o Índice de Imobilização que analisa a agilidade da instituição converter seus bens/patrimônios em dinheiro (liquidez) para honrar seus compromissos financeiros. Há uma tolerância estipulada pelo Banco Central de até 50% – índice máximo de imobilização.
O Banco Data contém relatórios que permitem verificar a relação de risco x liquidez das instituições.
Com base nesse novo ponto de conhecimento, te convido a pesquisar mais a fundo sobre os ativos que possui na sua carteira de investimentos.